Let it be

Li um texto da Liane Alves, na revista Vida Simples, com o titulo:                “Alguma coisa está fora da ordem” que fala sobre controle: “… Controle não é planejamento ou organização. Também não é perfeccionismo, ou ter responsabilidade e disciplina. Controlar de forma exacerbada significa se aferrar a tudo isso como garantia de que as coisas saiam exatamente do jeito que desejamos. Porque se não sair dessa maneira, ah, se não sair… A gente simplesmente enlouquece … Para o controlador contumaz, não há espaço para que as coisas se modifiquem e se arrumem da sua maneira. Nem lugar para a reflexibilidade diante da mudança repentina ou a criatividade para buscar novas soluções em vista dos cenários imprevistos que se apresentam… O controle vivenciado dessa maneira, rígida, férrea, esta baseado apesar e tão somente no desejo de manipular as pessoas e situações em nosso próprio benefício. Quando fazemos isso coisificamos gente de carne e osso e as transformamos em meros objetos. Elas passam a ser instrumentos que utilizamos para atingir nossos objetivos”.
Não pude deixar de fazer um paralelo com o meu trabalho, já que fico super frustrada quando não consigo cumprir o cronograma pré-estabelecido. Uma dor de barriga de um funcionário, um trânsito ocasionado por uma enchente, a escassez de um material, pode mudar tudo… e o planejamento “ vai por água abaixo”… Outro fator que observo, baseado na minha experiência de obra, é que, muitas vezes, a ansiedade do cliente, bem como sua desorganização interna, ou o não saber bem o que se quer, atrapalha muito no processo da obra, como se exteriorizasse para o seu espaço de vivência ou de futura vivência, toda a sua bagunça  interna, ocasionando atrasos e desqualificações.
 Então, faço das palavras da autora as minhas … “ Perdemos a sabedoria de que existe o momento de assumir responsabilidades, planejar, organizar e realizar. Mas que também pode haver outros para soltar as rédeas, relaxar, criar e aprender com que se apresenta. E que é saudável ter essa possibilidade bem presente e viva nas nossas escolhas e decisões. Let it be, deixe acontecer. Pelo menos de vez enquando, claro ”.